Os alunos da rede municipal de ensino de Belém aprovam o
cardápio da merenda escolar. Foi o que constatou o teste de aceitabilidade
divulgado nesta quarta-feira, 21, pela Fundação Municipal de Assistência ao
Estudante (Fmae). O teste foi aplicado no ano de 2014, nas dezessete unidades
de ensino participantes do Projeto Educando com a Horta Escolar e a
Gastronomia.
A iniciativa segue a orientação do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), que estabelece como um dos procedimentos
para o controle da qualidade da alimentação servida aos escolares, a aplicação
de testes de aceitabilidade ou de aceitação dos cardápios oferecidos aos alunos
por parte das entidades executoras do Programa Nacional de Alimentação Escolar
(Pnae).
O teste faz parte da análise sensorial de alimentos, que
mede, analisa e interpreta reações das características de alimentos e/ou preparações,
ou seja, como eles são percebidos pelos órgãos da visão, olfato, paladar, tato
e audição.
“Para uma preparação ser considerada aceita, o índice
deve ser, no mínimo, 85% de aceitação. Caso a preparação apresente resultado
inferior a esse índice, o teste é reaplicado em outro momento, pois a aceitação
de um alimento depende de vários fatores, podendo sofrer variação diária,
devido a fatores externos, como barulho, temperatura, clima, aparência da
preparação, lanches trazidos de casa, dentre outros”, explica a nutricionista
Fmae, Carmem Brandão.
Através do acompanhamento de aceitação dos cardápios
oferecidos, os alunos responderam aos testes após o consumo do alimento. A
preferência dos alunos foi pelos cardápios salgados compostos por proteínas,
carboidratos, frutas e legumes.
Segundo Carmem, “as proteínas são a matéria-prima para a
multiplicação de células e para o crescimento infantil. E os carboidratos são
os principais fornecedores de energia a ser utilizada pelo organismo da criança
nos processos de crescimento, desenvolvimento e ainda para suas atividades
diárias”.
O índice de aceitabilidade médio girou em torno de 85,14%
entre os alunos. As refeições com índices de aceitabilidade maior foram sopa de
legumes com carne (95,65%); carne guisada com hortaliças, arroz, feijão
(92,22%) e mingau de arroz (93,04) e trio de frutas - laranja, banana e abacaxi
(98,04%).
“A compra dos alimentos é baseada no cardápio elaborado
pela equipe de nutricionistas responsáveis, respeitando as preferências
alimentares, os hábitos alimentares, a cultura alimentar da localidade e uma
alimentação saudável e adequada para cada faixa etária”, afirmou o presidente
da Fmae, Walmir Moraes
Desde 2010 as escolas municipais recebem, de forma
intensiva, os alimentos oriundos da agricultura familiar. Dos recursos
financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do Pnae, no mínimo 30% são
utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da
agricultura familiar. A Fmae já utiliza 39% desse recurso.
Até o tradicional mingau de farinha de tapioca (88,75% de
aceitabilidade) faz parte do cardápio da merenda escolar. E é muito bem aceito
pelos alunos. “Eu adoro mingau tapioca. Às vezes, eu tomo duas tigelas bem
cheias aqui na escola”, disse Juliana Silva, aluna do 9º ano, da escola Alda
Eutrópio, no bairro do Tapanã.
Hoje a alimentação escolar oferece além dos gêneros da
agricultura familiar, carnes bovinas, de frango e de peixe, sardinhas,ovos,
pão, fígado, variados tipos de mingau, iogurte, batidas de frutas, biscoito,
achocolatados, entre outros.
Controle de qualidade
Ainda segundo Carmem Brandão, o teste de aceitabilidade
corresponde a uma das etapas do controle de qualidade da alimentação escolar.
“Os produtos adquiridos seguem a legislação de alimentos estabelecida pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e do Ministério
da Agricultura Pecuária e Abastecimento”.
Na aquisição dos alimentos são analisadas as condições
higiênicas e sanitárias do fornecedor, as condições de transporte e estocagem
dos alimentos. Já nas escolas é feito o acompanhamento por nutricionistas, do
preparo/manuseio até o seu consumo pelos alunos.
“O controle tem início na licitação, que prevê a
obrigatoriedade do fornecedor apresentar a ficha técnica ou declaração com
informações de composição nutricional do produto e laudo de inspeção sanitária
dos produtos. Além disso, é exigida apresentação de amostras para avaliação e
seleção do produto a ser adquirido por técnicos do Departamento da Vigilância
Sanitária do Município de Belém”, afirma Walmir Moraes.
Ele destaca que os produtos alimentícios da agricultura
familiar consumidos hoje nas escolas, colaborou muito para o enriquecimento da
merenda servida, possibilitando o acesso a grande variedade de
alimentos importantes, como frutas, verduras, leite e derivados,
dentre outros, os quais são produzidos sem uso de agrotóxicos se tornando
mais saudáveis para o consumo.
Texto:
Jolse Quinto
Foto: Ascom Semec
Secretaria Municipal de Educação (SEMEC)
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