quinta-feira, 12 de junho de 2014

Projeto "Parada da Leitura" chega à capital paraense








Já imaginou esperar o ônibus acompanhado de uma boa leitura? Não seria nada mal, certo? Pois bem, pensando nisso, a Prefeitura de Belém inaugurou na tarde desta quarta-feira,11, a "Parada da Leitura", na parada de ônibus localizada na praça da Leitura, sentido São Brás/Entroncamento, na Almirante Barroso, bairro de São Brás.

O projeto foi idealizado pelos alunos do curso de Engenharia de Produção do Cesupa, Camila Coutinho, Lucas Cavalcante e Fernando Trajano e aprovado pelo prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho.

Na Colômbia ela é conhecida como "Biblioparada" e já está presente há 15 anos em Bogotá e em mais 50 cidades do país. Esta "Biblioteca" ao ar livre de 2,10cm de altura e 1,20cm de largura chegou à capital paraense com a ideia de inovar e mudar, literalmente o dia a dia do cidadão.

"Este é um projeto pioneiro, onde a princípio vamos acompanhar a aceitação do público, e conforme for evoluindo, vamos dar andamento a pelo menos mais quatro paradas como esta, em pontos estratégicos de Belém, como por exemplo, na praça do Jaú, na Senador Lemos", explica Lucas Cavalcante, um dos estudantes que idealizou o projeto. "Nosso único critério quanto às doações era que não aceitaríamos material de cunho pornográfico, fora isso, qualquer um pode doar", explica Camila Coutinho.

O espaço ficará aberto das 6h às 22h, inclusive aos finais de semana. Ao todo foram doados 1.300 livros e revistas e neste primeiro momento a "Parada da Leitura"  tem 119 livros e 119 revistas carimbados pela Prefeitura proibindo a comercialização. Em parceria com a Guarda Municipal, um agente será o responsável por abrir e fechar a biblioteca na parada. Para aqueles que ao devolverem quiserem fazer doações, os exemplares poderão ser entregues no local e em seguida serão encaminhados ao Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares, vinculado à Secretaria Municipal de Educação, para catalogação e em seguida estar à disposição da população.

De acordo com o Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, o objetivo do projeto é tornar a leitura acessível a todos. “O melhor de tudo isso é trazer para mais próximo da população o acesso aos livros, dos mais variados estilos. É disponibilizar a leitura para quem não tem acesso”, disse.

A Secretária Municipal de Educação, Rosinéli Salame, ressaltou a importância da leitura e o zelo aos livros disponíveis. “O projeto vem para provocar uma mudança no hábito da população que poderá ampliar os seus conhecimentos e se informar sobre os mais variados assuntos. Só pedimos que realmente leiam e quando voltar para entregar, aqueles que tiverem livros que já leram em casa, possam trazer mais livros. Assim, o nosso acervo sempre será rico de obras”, afirmou.
 
O grande cliente do projeto é a população de Belém, que poderá levar livros, sem precisar se cadastrar ou ter alguma autorização. As doações, inicialmente, foram feitas pela Fox Vídeo, Cesupa, Sismube e população em geral. "Você vai poder chegar aqui, pegar uma revista ou um livro, iniciar uma leitura e quando seu ônibus chegar, você não precisa devolver o produto, pode levá-lo para sua casa, é seu. Esse é o diferencial do nosso projeto", concluiu Adinaldo Oliveira, Secretario Municipal de Urbanismo.
 
O projeto logo atraiu olhares de curiosos, todos queriam levar um livro ou uma revista para casa. "Isso é ótimo, principalmente eu que moro em Outeiro e fico mais de uma hora dentro do ônibus. Agora eu pelo menos tenho com o que me ocupar durante a viagem. Leio uma revista de fofoca sobre novela que é o que eu gosto, aí chego na minha casa e dou para as minhas filhas também ficarem por dentro dos 'babados' ", comenta Maria do Carmo, 47 anos, que trabalha como empregada doméstica.

Já para a vendedora ambulante Sônia Boroni, os livros que levará para casa irá ajudar a filha que estuda para prestar o vestibular. “Na minha casa educação é prioridade, mas às vezes a gente não tem dinheiro pra comprar um livro. Minha filha tem 15 anos e já faz prova do vestibular, o projeto vai ajudar muito ela porque todos têm acesso, pode ser da classe A, B, C ou D. É muito bom”, avalia.

Texto: Aline Saavedra e Danielle Zuquim
Foto: Alessandra Serrão - NID/Comus
Secretaria Municipal de Educação (SEMEC)

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