sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Oficina de vôlei paralímpico capacita profissionais de Educação Física





O vôlei paralímpico como ferramenta para promover a participação de pessoas com deficiência na prática esportiva. Esse foi o mote do XI Ciclo de Oficinas de Educação Física Curricular, que reuniu,nesta quinta-feira, 28, mais de cinquenta professores da disciplina na Escola Municipal Alzira Pernambuco, localizada no bairro do Marco, para uma série de atividades teóricas e práticas. A programação, organizada pela Diretoria de Ensino e Departamento de Educação Física Curricular da Secretaria Municipal de Educação (Semec), se estende até esta sexta,29.

A oficina está sendo ministrada pelo professor de Educação Física e ex-atleta Cleberson Reis de Menezes, que é paraplégico. Na abertura da programação, ele contou a sua história de vida e destacou a evolução do vôlei paraolímpico no Pará e no Brasil. "Há doze anos eu sofri um acidente e nunca me imaginei em uma cadeira de rodas. De lá pra cá já fui atleta e até campeão", relatou Cleberson, ressaltando os avanços que o vôlei paralímpico alcançou no Pará em apenas seis anos. "No Brasil, o vôlei paralímpico iniciou em 2002, mas só chegou ao Pará em 2008. Hoje, a equipe paraense é tetracampeã invicta no campeonato brasileiro e referência nessa modalidade."

As adaptações necessárias para a inclusão de pessoas com deficiência na prática do vôlei foi outro ponto destacado na oficina. Apesar de exigir dos atletas com deficiência um desempenho maior, as regras das modalidades são, em grande maioria, as mesmas. O time de vôlei sentado é formado por seis atletas, como no vôlei tradicional, assim como o posicionamento e o rodízio entre os jogadores. No que se refere ao tamanho da quadra, a modalidade tradicional requer um espaço de 18x9 metros e a paraolímpica, de 10x6 metros.Já a altura da rede é de 1,15m para o masculino e 1,05m para o feminino.

Para os professores, a oficina representa um espaço de troca de informações e aprendizado. "É uma oportunidade excelente que os professores de Educação Física tem de atualizar seus conhecimentos e de fazer novas descobertas. É uma modalidade nova que muitos profissionais, mesmo sendo da área, ainda desconhecem", declarou Luís Soares, professor da escola Donatila Lopes, em Mosqueiro.

A oficina propõe também aos professores o desafio de utilizar, durante as aulas de Educação Física, o vôlei sentado para valorizar as capacidades individuais e coletivas dos alunos. No período da tarde, os professores vivenciaram a experiência de uma pessoa com deficiência na prática da modalidade. Eles mesmos fizeram a demarcação da quadra e tentaram jogarcomo fazem os paratletas. "O vôlei pode ser utilizado tranquilamente nas escolas. Eles adoram, vai muito do profissional da área apresentar a modalidade aos alunos e saber lidar com a situação. Nós temos que dar essa possibilidade aos estudantes, sejam eles de qualquer idade, com ou sem deficiência", enfatizou Cleberson.

Apesar de não ter nenhum aluno com deficiência, a oficina chamou a atenção da professora Michelle Borges, da Escola Municipal Solerno Moreira. "Eu nunca tive um aluno com deficiência, mas um dia posso ter e já saberei o direcionamento que devo tomar. Pode ser também que haja na família, no círculo de amigos ou na vizinhança de um de nossos alunos alguém com essas mesmas limitações. A mesma proposta pode ser aplicada também nesses casos", afirmou.

O próximo esporte a ser explorado dentro do Ciclo de Oficinas será o Futebol de 5, para pessoas com deficiência visual. As oficinas integram os preparativos para os Jogos Escolares Municipais, previstos para dezembro, em que serão disputadas tanto as modalidades paralímpicas individuais quanto em grupo.

Texto: Aline Saavedra
Foto: João Gomes - NID Comus
Secretaria Municipal de Educação (SEMEC)

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