Professora da Escola Municipal Walter Leite Caminha, no bairro do Benguí, Diana Lemes Ferreira conquistou o Prêmio Professores do Brasil da região Norte, promovido pelo Ministério da Educação. Ela elaborou o projeto “Educação para o trânsito, a vida pede passagem: o Benguí antes e depois da Avenida Independência/Centenário”, desenvolvido com alunos do Ciclo II (4º e 5º ano). O anúncio dos vencedores, por região, foi feito na última terça-feira, 11.
O Prêmio Professores do Brasil é uma iniciativa do
Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica, juntamente
com instituições parceiras. Criado em 2005, tem como objetivo reconhecer,
premiar e divulgar o mérito de professores das redes públicas de ensino, pela
contribuição dada para a melhoria da qualidade da educação básica. Para tanto,
são avaliadas experiências pedagógicas bem–sucedidas e inovadoras.
Dentro de sala de aula, a professora desenvolveu o
conteúdo programático da Prova Brasil, que avalia o Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica por escola, utilizando as notícias referentes à nova avenida
publicadas em jornais.
Dessa maneira, os alunos exercitaram várias disciplinas,
como matemática, geografia, português e redação, utilizando as informações
veiculadas. Foram produzidos também exercícios, avaliações, gincanas e aulas
práticas.
“Nós, enquanto comunidade escolar, começamos a perceber
que vários acidentes passaram a acontecer depois que a via foi inaugurada e que
não houve uma preparação da população para a mudança. Isso entrou também na
rotina da escola. Houve alunos que perderam vizinhos ou até mesmo familiares.
Então, eu comecei a trabalhar a educação no trânsito agregada ao plano
político-pedagógico”, conta a professora.
O aluno Victor Manoel de Jesus, de 11 anos, é responsável
por levar suas duas irmãs mais novas para a escola e conhece muito bem as
dificuldades de se trafegar pelas ruas e a importância de se respeitar as leis
de trânsito.
“Quando não tinha sinal era muito ruim. A gente esperava
muito tempo até algum carro parar. De dentro da sala, às vezes, escutamos os
carros freando bem forte. Eu acho que o que está faltando mesmo é consciência
das pessoas. Elas deveriam pensar que se baterem, machucarem alguém, vão deixar
as famílias deles muito tristes”, diz o aluno.
Para concorrer ao prêmio são inscritos, na maioria das
vezes, projetos com temas como letramento e alfabetização. O fato de o projeto
“Educação para o trânsito, a vida pede passagem: o Benguí antes e depois da
Avenida Independência/Centenário” não ter um tema comum, pode ter sido um dos
motivos para que o projeto fosse escolhido como o melhor da região Norte. Esta
foi a primeira vez que a professora inscreveu um projeto.
“Esse prêmio representa muito pra mim. Eu sempre estudei
em escola pública e era um sonho fazer pedagogia. Cheguei a trabalhar no
restaurante universitário para me manter e, hoje, com o doutorado, tive a opção
de ficar trabalhando na Secretaria Municipal de Educação, mas preferi voltar para
a sala de aula porque eu acredito na escola pública. Esse prêmio é um ganho
para a categoria”, enfatizou.
A professora idealizadora do projeto e a diretora da
escola serão homenageadas em São Paulo e Brasília, e participarão, no período
de 8 a 11 de dezembro, do seminário Prêmio Professores do Brasil. A Fundação
Santillana, apoiadora do prêmio, vai produzir um catálogo retratando os
projetos vitoriosos.
Texto: Aline Saavedra
Foto: Ascom Semec
Secretaria Municipal de Educação (SEMEC)
Foto: Ascom Semec
Secretaria Municipal de Educação (SEMEC)
Nenhum comentário:
Postar um comentário