terça-feira, 7 de abril de 2015

Professores aprendem a incluir alunos cegos nas atividades de Educação Física







As aulas de Educação Física nas escolas públicas de Belém não serão mais as mesmas. Não depois da realização do X Encontro de Educação Física Escolar que abordou teoria e prática do futebol para cegos, também conhecido como futebol de 5. O encontro possibilitou a professores de Educação Física da rede municipal de ensino conhecer as noções básicas de como incluir o aluno cego nas atividades físicas curriculares e, dessa forma, chegar ao objetivo maior que é a inclusão por meio da Educação Física. A iniciativa da capacitação é da Secretaria Municipal de Educação.

Durante a programação foram expostos a história, a introdução do esporte no Brasil e seus fundamentos, além da aula prática. O facilitador foi Carlos Alberto Gonçalves, técnico da equipe de futebol de 5 da Associação de e Para Cegos do Pará, Ascepa. O encontro foi realizado nestas quinta e sexta-feira, na quadra de esportes da escola municipal Alzira Pernambuco, no bairro do Marco.

Além do futebol de 5, esportes como bocha, vôlei sentado e tênis de mesa para cadeirantes também foram discutidos e exercitados pelos profissionais em encontros anteriores. As capacitações com ênfase nos esportes para os alunos com deficiência visam também a participação dos estudantes do município nos jogos Paralímpicos Escolares, previstos para ocorrer no segundo semestre de 2015.

Professora de Educação Física na Escola Municipal João Carlos Batista, no bairro da Cabanagem em Belém, Cintia Cardoso, participa com frequência das formações e afirmou que a aprendizagem sobre o esporte voltado para as pessoas com deficiência visual foi um divisor de águas para as suas aulas.  

“No meu caso em especial está sendo maravilhoso porque tenho uma aluna cega e outra com baixa visão. Até então eu não tinha um norte de como proceder com elas nas minhas aulas, e esse curso está me dando um mundo de possibilidades de como trazê-las do seu mundo e incluí-las com os outros alunos. De tudo que foi dito aqui, 70% eu já vou trabalhar com elas e a turma”, afirmou a professora.

No encerramento do encontro uma partida demonstrativa feita pelo time da Ascepa foi realizada para mostrar aos professores que mesmo com as limitações, é possível realizar a inclusão dos alunos com deficiência e obter resultados positivos na vida escolar e pessoal dos alunos. “A vida como deficiente no esporte é boa e nós vamos mostrar aos professores que hoje em dia é muito mais fácil trabalhar com as pessoas com deficiência. O futebol é a paixão dos brasileiros, e conosco, jogadores cegos, não poderia ser diferente”, disse o jogador Rodrigo Almeida.

Nos prédios das escolas de Belém, placas sinalizadoras, rampas de acesso e corrimões demonstram a preocupação em estimular a inclusão escolar. Nas aulas, a lição continua através do respeito e da ajuda mútua entre os estudantes e profissionais. “Os professores estão prontos para receber, seja dentro de sala de aula, seja nos espaços esportivos, o aluno com deficiência. E o encontro tem justamente a preocupação em aumentar cada vez mais o leque de conhecimentos desses professores e incluí-los nas aulas de Educação Física e em toda a escola”, ressaltou a técnica da diretoria de Educação Física da Semec, Flávia Oliveira.

Técnico do time, Carlos Alberto Gonçalves falou da importância de estimular o esporte para as pessoas com deficiência desde cedo. “Este momento é para fazer com que os professores tenham condições de trazer o aluno cego para a aula de Educação Física e a aula prática para que eles saibam como o esporte ocorre. É muito importante também porque se tivermos um trabalho de base, teremos futuros atletas com qualidade”.

 

Texto: Aline Saavedra

Foto: Uchôa Silva/Comus

Secretaria Municipal de Educação (SEMEC)

 

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