Leandro, 5 anos e Felipe, 7 anos, alunos da Escola
Municipal Pedro Demo, em Outeiro, sempre separaram no canto do prato os legumes
e a verduras até que, segundo sua mãe, Elaine Farias, essa realidade mudou
quando chegaram em casa com a ideia de construir uma horta domiciliar igual a
da escola. Hoje a mãe alegra-se com o fato de ver os dois filhos consumindo uma
alimentação saudável.
“A gente teve uma aula na horta da escola que foi
muito legal, porque a gente colheu couve e jerimum. E depois comemos na
merenda. Então, eu pedi pra minha mãe pra eu e o meu irmão cuidarmos de uma
horta na nossa casa e depois almoçarmos o que tem nela”, conta Felipe
entusiasmado com a horta da família.
Esse entusiasmo é resultado do Projeto Educando com a
Horta Escolar e a Gastronomia, desenvolvido pela Prefeitura de Belém, por meio
da Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (Fmae), que ultrapassou os
muros das escolas e chegou às residências dos alunos da rede.

O Projeto Horta objetiva intervir na cultura alimentar e
nutricional dos estudantes com base no entendimento de que é possível promover
a educação de crianças e comunidades no entorno das escolas por meio das
hortas, incorporando a alimentação nutritiva, saudável e ambientalmente
sustentável à prática pedagógica.
De acordo com a diretora da escola Pedro Demo, Alba
Freitas, “as crianças abraçaram o projeto muito bem, e a rejeição das
hortaliças e verduras na merenda diminuiu consideravelmente. O resultado disso
são essas mesmas crianças levando o conhecimento adquirido pra casa. Elas
cobram uma horta em casa aos pais”.
Vinte e cinco escolas da rede municipal de ensino
participam do Projeto Horta e segundo o relatório socioeconômico realizado em
2014 pelo departamento de assistência da Fmae, o projeto já estimulou a criação
de aproximadamente 48 hortas domiciliares.
“O Projeto Horta tem como uma de suas finalidades levar a
comunidade escolar e família dos alunos a incluírem bons hábitos alimentares à
sociedade. Na região Norte o consumo de verduras é baixo. Por isso a
prefeitura, por meio da Fmae,acredita e estimula através da alimentação escolar
o consumo de alimentos saudáveis e sem produtos químicos, como os cultivados em
casa”, afirmou Walmir Moraes, presidente da Fmae.
As frutas, legumes e verduras da alimentação dos 73.000
alunos das escolas municipais são livres de agrotóxicos e cultivados em
ambiente familiar. Dos recursos financeiros repassados pelo FNDE – Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação, no âmbito do Programa Nacional de
Alimentação Escolar (Pnae), no mínimo 30% são utilizados na aquisição de
gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar. Belém já utiliza 39%
dos recursos repassados.
Texto: Jolse Quinto
Foto: Tássia Barros - Comus
Secretaria Municipal de Educação (SEMEC)
Foto: Tássia Barros - Comus
Secretaria Municipal de Educação (SEMEC)
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