segunda-feira, 26 de maio de 2014

Projeto de horta chega às ilhas de Belém; objetivo é melhorar nutrição

 











Em um lugar onde os rios são ruas e a alimentação baseada no consumo do açaí e do pescado, uma nova maneira de se alimentar foi apresentada na manhã de sábado a pais, alunos e a comunidade da região do Combu, em Belém. Trata-se do projeto "Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia", realizado pela Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (FMAE) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semec).

O objetivo do projeto é fazer com que as crianças participem de todo o processo da gastronomia, iniciando pela escolha das hortaliças, da construção da horta, manipulação dos alimentos até o consumo. Paralelamente, pedagogicamente é trabalhado com os alunos o estudo do solo, os tipos de vegetais, do clima, envolvendo diversas disciplinas.

O projeto já é executado em escolas da área urbana e pela primeira vez é levado à escolas de ilhas. Neste primeiro momento foram contempladas as Unidades Pedagógicas Nazaré, São José, Navegantes, Combu, Santo Antônio e Escola Municipal Milton Monte. A expectativa da Semec é fazer com que o projeto se estenda a todas as unidades e que o aluno possa levar o que aprende na escola para casa.

Durante a programação de lançamento, houve várias apresentações culturais dos alunos. "Vocês têm que fazer um uso muito especial das informações que estão tendo aqui pra ter uma alimentação e um crescimento mais saudável. Podem até estimular os pais de vocês para a construção de uma horta em casa para o consumo e também geração de renda", disse a Secretária Municipal de Educação, Rosinéli Guerreiro Salame.

A diferença das hortas presentes em grandes plantações ou até mesmo em algumas escolas para o modelo proposto é fazer com que a horta seja trabalhada de maneira pedagógica, unindo ao cuidado da plantação atividades de sala de aula.A proposta que já começou a trazer resultados.

Silvane Batista mora às margens do rio Maracujá, no Combu, e tem dois filhos que estudam na Escola Milton Monte. Ela afirma que os benefícios do são surpreendentes. "Meu filho de 5 anos comia algumas hortaliças, mas não eram muitas e nem toda vez. Agora, quando vou aos sábados fazer compra em Belém ele logo pede para eu trazer couve, espinafre e até tomate. Depois que ele começou a falar sobre isso e ver os outros coleguinhas comerem na escola ele já acha gostoso. Pediu e nós fizemos até urna horta no quintal de casa", afirmou.


Além de melhorar a educação e a alimentação dos estudantes, as hortas pedagógicas agregam valor aos recursos naturais existentes nas ilhas. Para o presidente da Fmae, Walmir Nogueira; em vários locais do Brasil o projeto foi um sucesso e em Belém não será diferente. "Os alunos que estudam em ilhas já têm um laboratório natural por estarem entre o rio e a floresta. As crianças já têm um olhar de valorização para a floresta e também da importância de uma alimentação saudável para evitar várias doenças, como a obesidade infantil, hipertensão e a diabetes, todas relacionadas a má alimentação", disse.

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