Pais, representantes de organizações não
governamentais, alunos com e sem deficiência participaram na manhã desta
quarta-feira, 02, de uma caminhada pela conscientização do autismo. Dois
de abril é o dia internacional de conscientização sobre o espectro do autismo.
Nesta data, várias ações são realizadas em todo o mundo para chamar a atenção
da sociedade para o transtorno do autismo e por meio da informação, fazer com
que os autistas possam ser cada vez mais incluídos na sociedade.
Em Belém, a ação foi realizada pela Prefeitura
por meio do Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes, o
Crie.
A concentração da ação foi no auditório da
Estação Gasômetro onde houve uma apresentação de teatro com atores surdos
e a apresentação do aluno Raimundo Neto que cantou, tocou e emocionou a todos
com a sua desenvoltura no palco. Em seguida houve uma caminhada ao redor
do Museu Emílio Goeldi.
Roberto Neto tem 15 anos e aos 5 sua mãe
descobriu que ele tem um grau leve de autismo. “Hoje ele conversa com as
pessoas, estuda, canta e até toca alguns instrumentos. Ele já cursa até o
primeiro grau”, disse emocionada Ana Paula Queiroz, mãe de Raimundo.
O espectro do autismo é estudado há mais de seis
décadas e até hoje não foi encontrado nenhum motivo que justifique o
transtorno. É caracterizado pela dificuldade da pessoa em se concentrar e de se
relacionar com outras pessoas, não manter contato visual e
apresentar acentuada hiperatividade física, entre outros aspectos. É
possível ser encontrado em três graus: leve, moderado e grave.
Para a coordenadora da Educação Especial em Belém
e articuladora da ação, Denise Costa, o diagnóstico precoce e o início
imediato do trabalho com o autista, aumentam a chance de um
desenvolvimento satisfatório.
“Não existe causa para esse transtorno, mas
sabemos que há grandes gênios que tiveram um grau de autismo, como Albert
Einstein. O que é preciso é iniciar o trabalho com essas pessoas o quanto
antes, assim as chances de formar um cidadão, de fazer com que eles cresçam e
tenham um bom desenvolvimento é maior”, alertou.
Vandenise Carneiro é médica veterinária e possui
um filho de 6 anos que é autista. Segundo ela, não foi tão fácil chegar ao
diagnóstico, mas que depois da confirmação a única coisa que a faz diferente de
outras mães é a dedicação que tem com o filho.
“No início eu perguntava na escola o que ele
tinha, aí me mandavam procurar um pediatra, um psicólogo até que me informaram
que o meu filho tem autismo. É uma dedicação maior que tenho que ter comparado
a outras crianças, principalmente dentro de casa. Mas, como ele foi
diagnosticado ainda com dois anos, ele já tem todo o apoio necessário para que
cresça com um bom desenvolvimento. Ele vai à fonoaudióloga, psicóloga e
frequenta a escola normalmente”, afirmou.
Texto: Aline Saavedra
Secretaria Municipal de Educação (SEMEC)
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